"Já choramos muito, muitos se perderam no caminho. Mesmo assim, não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer sol de primavera... Quando entrar setembro..." (Beto Guedes)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Contentar-se

Moisés Lourenço

Contentar-se é desistir de ser o pivô do universo para se tornar um agente de um mundo de contingências e casualidades.

Contentar-se é ver o mundo que está nascendo, entendendo que ele não está a sua mercê.

Contentar-se é aprender a ter. Contentar-se é a consciência resultante da satisfação e os pés no chão.

Contentar-se é querer ter, querendo ser o mesmo sem ter.

Contentar-se é subir no pináculo dos desejos e dizer: "nem tudo me convém, pois quem precisa de tudo, de tudo sempre precisará".

Contentar-se é conquistar o mundo sabendo que o mundo vive bem sem você.

Contentar-se é saber que existem sonhos que não devem ser realizados, pois servem apenas para nutrir a imaginação e a criatividade.

Contentar-se é entender que algo ou alguém não é materialização de sonhos, pronto para a sua retenção.

Contentar-se é entender que o umbigo é menos importante que o cordão umbilical. Há um mundo em que somos ligados e não há um mundo que gire em torno de nós.

Contentar-se é entender que nada está ao nosso favor e nada está ao nosso alcance sem que esteja para todos, afinal, o nosso não é o meu.

Contentar-se é querer parar por aqui.
 

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