A história do ser humano
contemporâneo é a história do desvanecer da esperança e da ascensão das
expectativas. E para entender isso é necessário
redescobrir a diferença entre a esperança e a expectativa. A esperança é
confiar na bondade implicita na natureza, enquanto expectativa é a confiança
nos resultados que são planejados e controlados pelo ser humano. A esperança
centra o desejo na pessoa de quem se espera uma dádiva, um presente. A
expectativa olha para a satisfação de um processo previsível que há de produzir
o que temos o direito de exigir. O ethos do ser humano prometáico eclipsou a
esperança, e a sobrevivência deste ser humano depende da redescoberta da
esperança como força social, (assim diria Ivan Illich). Eu assumo que, quando
olho o mundo, espero o pior. Não vai dar errado, já deu. E dormir, se distrair
e fechar-se em si, parece o melhor a fazer para a maioria.
Dorme-se embalado pela fé na religião da
modernidade. Na expectativa de que um dos objetos de sua fé acabará por dar um
jeito: de que a ciência vai dar um jeito de nos levar a outr planeta, de que a
tecnologia vai encontrar uma nova saída para a destruição por ela gerada, de
que uma ideologia encontrará o equilíbrio entre os diversos direitos, de que o
mercado dará a todos emprego, ou que o estado a todos deverá proteger e de que
a Educação dará conta de fazer o mundo melhor, seja para a direita ou para a
esquerda.
Esperança e expectativa são ambas frutos das
apostas que fazemos, não de nossas certezas. A diferença está no saber ou não
que se está fazendo uma aposta. E trazendo a memória o que me pode dar
esperança, diante da aposta que todos fazem em seus objetos de fé, me pergunto
quem está maluco: quem aposta que iremos ter uma nave a nos levar para outro planeta,
ou uma tecnologia a nos devolver os peixes, plantas e atmosfera perdidos, ou
uma política pública justa com o mundo, que existe emprego para todos ou que
realmente escola e educação criam um mundo melhor? OU quem, como eu, decide
apostar (sim amigos, é aposta.... se fosse certeza não seria necessária nenhuma
fé) que Existe um Deus, que viveu entre nós, que prometeu redenção e que tudo a
ser feito é por graça e não por mérito. Fé que espera a dádiva da redenção como
alternativa à danação na qual nós mesmos nos colocamos.
Senhores e senhoras... façam suas apostas..... boa
sorte, boa expectativa ou boa esperança. Bom dia
(para o texto original de inspiração: Deschooling
society, pag. 105; imagem nest post do mito de prometeu e epimeteu e o registro
da gratidão pela amizade com Sam
Ewell,
a quem dedico este post)
Claudio
Oliver
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