Ao longo da vida, somos ensinados a ganhar
Ganhar nota 10
O campeonato
Presente de aniversário
O coração de quem amamos
Mais um gatinho
Ou aquele jeans que vimos na vitrine
E assim passamos a existência
Acreditando que viver seja acumular sucessos, jeans e amores
Ficamos felizes quando abrimos nosso baú e ele está cheio
Nem que seja de lembranças
Tecidos rotos
Ou papéis amarelados
Ao que parece somos as coisas e pessoas que juntamos ao nosso redor
O dinheiro que acumulamos na nossa conta bancária
Os certificados que pregamos na nossa parede
As fotografias catalogadas
E todos os amigos e amores que tivemos o privilégio de abraçar
Mas olho agora para a estante da minha sala
Reparo um souvenir que trouxe de uma viagem
E penso:
Por que escolhi trazer este e não outro?
E me pego pensando sobre todos os outros objetos que escolhi perder para trazer apenas este
A ponto de nem me lembrar mais quais eram aqueles
Tenho entendido que a experiência singular de cada vida
Não se faz com aquilo que ganhamos
Somos muito mais aquilo que perdemos pelo caminho
É aquilo que não escolhemos, afinal, que vai dizer do que somos feitos
Nos ensinaram que na vida vale o que conquistamos
Mas experimentar a vida é perder, no final das contas
É abdicar dos muitos caminhos que surgem numa certa encruzilhada
Para escolher este que se está agora
E as coisas que estão no nosso baú só dizem de nós, porque nos remetem a todas as outras que não estão lá
Enfim, há um tanto de pequenas mortes necessárias para experimentar uma vida
Porque somos, sobretudo, aquilo que tivemos a coragem de deixar para trás
Rita Almeida
Ganhar nota 10
O campeonato
Presente de aniversário
O coração de quem amamos
Mais um gatinho
Ou aquele jeans que vimos na vitrine
E assim passamos a existência
Acreditando que viver seja acumular sucessos, jeans e amores
Ficamos felizes quando abrimos nosso baú e ele está cheio
Nem que seja de lembranças
Tecidos rotos
Ou papéis amarelados
Ao que parece somos as coisas e pessoas que juntamos ao nosso redor
O dinheiro que acumulamos na nossa conta bancária
Os certificados que pregamos na nossa parede
As fotografias catalogadas
E todos os amigos e amores que tivemos o privilégio de abraçar
Mas olho agora para a estante da minha sala
Reparo um souvenir que trouxe de uma viagem
E penso:
Por que escolhi trazer este e não outro?
E me pego pensando sobre todos os outros objetos que escolhi perder para trazer apenas este
A ponto de nem me lembrar mais quais eram aqueles
Tenho entendido que a experiência singular de cada vida
Não se faz com aquilo que ganhamos
Somos muito mais aquilo que perdemos pelo caminho
É aquilo que não escolhemos, afinal, que vai dizer do que somos feitos
Nos ensinaram que na vida vale o que conquistamos
Mas experimentar a vida é perder, no final das contas
É abdicar dos muitos caminhos que surgem numa certa encruzilhada
Para escolher este que se está agora
E as coisas que estão no nosso baú só dizem de nós, porque nos remetem a todas as outras que não estão lá
Enfim, há um tanto de pequenas mortes necessárias para experimentar uma vida
Porque somos, sobretudo, aquilo que tivemos a coragem de deixar para trás
Rita Almeida
Nenhum comentário:
Postar um comentário