A noção de escassez é a base sobre a qual se fundamenta toda a forma
de opressão
e inimizade. Ao se perceber em um mundo escasso, todo o resto é
consequência:
desconfiança, medo, ira, inveja, baixa autoestima, mentira,
engano,corrupção,
ganância, violência, exclusão ...
Ao se dar conta de um mundo abundante, ocorre o coração grato, a amizade, a
doação, a entrega, a paz, o relaxamento e a inclusão.
Da mesma forma a concepção de um deus mesquinho, que premia o mérito, que
devolve na mesma moeda, que ajuda o merecedor e nega ao pecador, que escolhe,
gera um sentimento de desconfiança, revolta, medo, insegurança e afastamento.
Um Deus de abundante graça, que dá sua graça e faz chover sobre bons e maus,
que faz o bem não por merecimento de quem recebe, mas simplesmente por ser
esse
dar, parte de seu caráter, gera em quem recebe a fé, confiança, amor e
proximidade, vertical e horizontal, e o desejo de também ser generoso.
Um dia aprendi que tinha de ser como uma criança para ver a Deus, e foquei em
mim,
em como deveria ser curioso, relaxado, espontâneo e confiante... como uma
criança.
Mas ledo engano.... ser como uma criança para receber o Reino de Deus
tem sua
ação não focada na criança, mas no pai/mãe que dá amor imerecido e
abundante ...
uma criança recebe amor pelo qual nada fez para merecer a não ser
existir, uma
criança recebe abundante carinho, por ser amada
incondicionalmente, e depende,
depende muito e depende de tudo, para comer,
vestir, dormir e sobreviver. Deixada
por si, ou recebendo o que merece...
perece.
Assim, para se ver o reinado de Deus sobre a vida e experimentar sua graça,
nada se
pode fazer, a não ser receber, sem merecer.
Enquanto clamarmos por um deus escasso, que abençoa a conta-gotas, na base do
merecimento; definharemos, a fé já pequena se esvairá, a confiança morrerá e o
amor em nós sucumbirá...
é preciso ser um menino, e confiar em um Deus abundante, como uma mãe, que
nunca nega o seio e o tempo ao ser amado, que não merece, mas sim que existe e
por isso é amado.
Bom dia.
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