Claudio Oliver
Sobre voto para Presidente:
Sinceramente.... eu nem votaria. Não por que rejeite a Dilma, nem por que tenho
um asco especial por tudo que emana do PSDB e fede como toda emanação, nem por que Acho a Marina fraca, ou porque
veja em algum outro algo que me desagrade. Mas sim porque tudo o que vejo são
variações, à direita e à esquerda, mais ou menos participativas, mais ou menos
intolerantes, de uma mesma coisa: a crença nos deuses deste presente século,
que já nos causaram tudo de ruim, da fome às guerras, dos desmandos à
acumulação, dos "ismos" à falta deles. Falo dos dois entes
antropomorfizados "O Mercado" e "O Estado", invenções tão
antigas como os faraós ou os gregos. Na falácia de todas as democracias, que ao
atingirem o tamanho do não conhecer mais o outro, se diluem em votos e
representações. Esses deuses tem suas vacas sagradas, e estas são adoradas e
intocadas por todos, de qualquer matiz: O Progresso (nunca questionado como
causador dos problemas, sem se perceber que se pode progredir em direção ao
abismo), O desenvolvimento, esse substantivo inventado em 1948 (Sachs, W. Dic.
do Desenv. ed. Vozes) e que sempre colocou no mesmo lugar, seja um Fidel ou um
Kennedy, Um Stalin ou um Roosevelt, e que continua sendo a cenoura na frente do
burro, que ao buscar tal coisa, esquece da possibilidade de ter acesso à vida
abundante (ou Shalom, ou Salam, ou Teko Porã, ou Sumak Kawsay ou Suma Qamana,
Vida em abundância - use o idioma ou tradição que desejar, todos os povos
originais descrevem o mesmo estado: O BEM VIVER). A educação, este instrumento
simplificado, criado no séc. XVI, substituto da paideia (ou da formação no meio
todo educante, ou no caminhar de pais com filhos.. escolha sua opção) e que é
bem definida por Tolstoy como "transformar alguém em alguma coisa de
acordo com o interesse de outro alguém". Que insiste em dar uma
consciência exógena no lugar da inspiração. A segurança, traduzida como tratar doenças,
ao invés de uma vida plena, onde não só o viver, mas o morrer é celebrado como
parte de um ciclo, e que se baseia em mais médicos, mais remédios, mais postos,
mais ambulâncias e nunca em mais vida. O Crescimento, impossível de ser
continuado, que causa preocupação quando o país não cresce, quando o que seria
sustentável seria o Decrescimento lúcido, desejado e buscado como forma de nos
reenquadrarmos no bioma que nos acolhe como criaturas e não como fonte de
recursos de nossa propriedade. Vou votar, sim, vou votar, em alguém.... por que
com ou sem meu voto, vou ser governado, mas declaro claramente, que ninguém me
representa, por que ninguém , além do iniciador de minha tradição, me propõe
ser simples como as pombas, dar a outra face, amar o outro como ato primeiro,
buscar a vida em abundância, deixar vir as crianças, cuidar de meus irmãos de
criação, sejam eles humanos, plantas ou animais. E adoraria ver um somente, que
subisse em um palanque para desafiar os dois entes idolátricos, e suas vacas
sagradas. E que usassem, ao invés dos sonhos e ideais - que tanto fazem de
todos nós uns gregos requentados - o uso da imaginação, que optasse por não
crescer, não educar, não agredir e jogar nosso coletivo no caminho de uma vida
mais simples e menos idealizada. Bem.... tenho de ir fazer minhas obrigações.
Bom Dia.
[Claudio Oliver - publicado no facebook em 18/09/2014]
[Claudio Oliver - publicado no facebook em 18/09/2014]
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