quando eu era mais jovem, eu me achava especial. que tinha um destino. que realizaria grandes feitos.
os anos passaram, a vida aconteceu, e me dei conta que eu era apenas mais um bichinho sem alma, nessa pedra girando pelo espaço, sem nada que me distinguisse.
![narciso. narciso.](http://alexcastro.com.br/wp-content/uploads/2012/04/narciso.jpg)
entretanto, em nossa época narcisista, cercado de pessoas que se acham a última coca-cola do deserto, cada um protagonista do filme da sua vida, todos brigando por mais amigos no facebook, me dei conta que nada pode ser mais especial do que alguém que sabe sinceramente que é apenas mais um.
* * *
a coisa mais difícil de exercer a arte em público é não deixar os elogios subirem à cabeça. é preciso encarar com naturalidade o fato de as pessoas gostarem da sua arte e, ocasionalmente, terem suas vidas mudadas por ela, sem que isso queira dizer que o artista é mais importante do que o bombeiro hidráulico que lhes possibilita uma boa descarga na privada. elogios são como o meu cachimbo: só fazem mal se você tragar.
Fonte: alexcastro.com.br
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