Adriana Zarri, eremita, teóloga, poetisa e exímia escritora, veio a falecer no dia 18 de novembro de 2010 com mais de 90 anos.
Deixou uma epígrafe que vale a pena ser reproduzida:
"Não me vistam de preto: é triste e fúnebre. Nem me vistam de branco porque é soberbo e retórico. Vistam-me de flores amarelas e vermelhas e com asas de passarinho. E Tu, Senhor, olhe minhas mãos. Talvez tenham colocado um rosário, talvez uma cruz. Mas se enganaram. Nas mãos tenho folhas verdes e sobre a cruz, a tua ressurreição. E sobre minha tumba não coloquem mármore frio com as costumeiras mentiras para consolar os vivos. Deixem que a terra escreva, na primavera, uma epígrafe de ervas. Ali se dirá que vivi e que espero. Então, Senhor, tu escreverás o teu nome e o meu, unidos como duas pétalas de papoulas”.
A escritora e a mística dos olhos abertos, Adriana Zarri, nos mostrou como viver e morrer bela e docemente.
Fonte: Leonardo Boff
Nenhum comentário:
Postar um comentário