"E era bom. ‘Não entender' era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado.
Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito.
Não era um não entender como um simples de espírito.
O bom era ter uma inteligência e não entender.
uma bênção estranha como a de ter loucura sem ser doida.
Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez.
Mas de vez em quando vinha a inquietação insuportável: queria entender o bastante para pelo menos ter mais consciência daquilo que não entendia.
Embora no fundo não quisesse compreender.
Sabia que aquilo era impossível e todas as vezes que pensara que se compreendera era por ter compreendido errado.
Compreender era sempre um erro - preferia a largueza tão ampla e livre e sem erros que era não-entender.
Era ruim, mas pelo menos se sabia que se estava em plena condição humana."
Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito.
Não era um não entender como um simples de espírito.
O bom era ter uma inteligência e não entender.
uma bênção estranha como a de ter loucura sem ser doida.
Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez.
Mas de vez em quando vinha a inquietação insuportável: queria entender o bastante para pelo menos ter mais consciência daquilo que não entendia.
Embora no fundo não quisesse compreender.
Sabia que aquilo era impossível e todas as vezes que pensara que se compreendera era por ter compreendido errado.
Compreender era sempre um erro - preferia a largueza tão ampla e livre e sem erros que era não-entender.
Era ruim, mas pelo menos se sabia que se estava em plena condição humana."
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